Processo criativo
Na maioria das vezes, para escrever minhas crônicas, eu simplesmente começo a digitar e o texto flui. Outras vezes, deito em minha cama, no conforto do meu quarto, e, com os olhos fechados, penso no inusitado e o inusitado acontece.Agorinha mesmo, eu estava lá, concentrado, pensando no formato deste livro e o Logan, meu cachorro, deitou ao meu lado.
Ele não se contenta em ficar ali quieto, pensando e me ajudando a pensar. Tem que me morder, se esfregar em mim e cavar um buraco imaginário no colchão.
Cavou tanto que cai. Tentei me segurar nos lençóis, mas como eles deslizavam tanto, achei melhor me soltar.
Meu corpo logo ganhou velocidade e me vi flutuando. O danado apareceu ao meu lado com um sorriso bobo, focinho brilhante e língua pendente do lado de fora da boca. Ele piscou para mim, bateu as patas no ar para ganhar impulso e se afastou como se corresse atrás de uma bola.
Mergulhei mais rápido quando decidi cruzar os braços e gritar com ele: “Cachorro mau!”. Percebi que meus lábios se moveram, mas o som não saiu. Emburrado, decidi acordar.